O problema do (seu) erro à luz do pensamento cartesiano

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Para proceder com inteligência, a inteligência só não basta.
Dostoiévski


Sobre o erro em seu veio originário:

da relação desajustada entre o poder infinito de julgar e o poder limitado de inteligir. - (seus)



O seu método foi, por falta de inventividade, a fuga do meu caminho.

A sua idéia deformou-se quando aproximada à indiferença de sua ex-tensão.


Prevenido, abraçou com força o espólio da tradição do amor ao mesmo: que saiam as flautistas!, que se inicie o banquete de Platão...


Será que foi o caso de Cristina e Isabel não me aceitarem para as noites sem regras e a vinho?

Descartada sem consideração demorada, como a casa de palha do triste porquinho?


Na economia de minha metafísica-doméstica, a evidência é o outro lado da moeda da verdade. Jogo de dois tempos: do "caos portátil" da dúvida à certeza da ausência de probabilidade.


Primeira verdade da ordem do conhecimento: "todo fim está no começo" - e bem no começo!


Do verdadeiro? Do falso?

Suspendo ao público o meu juízo - e quanto ao pacote residual: o riso ad infinitum sobre isso.


Melhor fechar meu caderninho rosa de menina, aposentar a pretensão de ciência e filosofia seguras em suas rotinas sobre você. Desconfiar eternamente dos seus cuidados, pois não posso dizê-los "sem sombra de dúvidas", se avaliados os equívocos da minha sensação, a indiscernibilidade da minha loucura, a ilusão do meu sonho-solo e a plausibilidade de um malin génie à espreita de dentro de você.


E não é certo que eu duvide daquilo que já me enganou?

Princípio do primeiro excluído: do cesto já foi retirada a maçã de veneno e de vidro.


(O ato da dúvida e o ato da certeza são como os dois lados de uma ampulheta, surgem no instante em que se revela o limite de cada um)


E nas instâncias internas, retorno do eu à arte da mise-en-scene solipsista.

Action de l'âme decreta forca à Passion de l'âme. Não haverá revogação dessa sentença.


De posse de minha potência infinita de julgar e da representação clara e distinta da inexistência de realidade formal da reciprocidade do afeto, já posso alcançar a superfície: iluminura inscrita sobre o deboche de meus papéis, que se derrama sobre os olhos antes vendados desacostumados de luz pelo escuro da floresta. Luminosidade que mostra haver à frente: o além-mar.



Agradecimentos:


Descartes


Hegel

Cortázar

Dionne Bromfield, pelo soundtrack da postagem

Samuel, por ler/rir junto

Dimm°, que prometeu aprender o endereço de "ênchiântchila"

Foolish little boy, pelo "verbo partindo", pelo verbo partido


(Foto do mar às 6h. Fortaleza. Dezembro/2007)


4 comentários:

Rafael disse...

Desacata,
diz a carta,
e o cartel.

Eles dizem:
"- Desacata, a própria alma! Vai!"

Erro, problemas.
Escolha, livre arbítrio.
Arbitrário, ou não.

Não há príncipe.
só o princípio
que convém,

e precipita
no além-
mar...


E o descarte?
Sem descarte.


(Belo texto...intrínseco a/ para/ qual/...muitos e você.)

; )

Anônimo disse...

Não sei ' nasci sob o signo
Fatal do Erro, da Fraude, ou
Se por desventura sou
Eu mesmo o Gênio Maligno.

Anônimo disse...

E ele nem sonha...e nem percebe o sonho-pesadelo!
Na hipérbole da dúvida em seu momento Hamlet-cartesiano...Simplesmente preferiu o mesmo, pois como componente de um "city", fracassado em sua comicidade, preferiu os seus...

Não é daqui desta desta casa feia que te falo essas coisas, mas de certa esquina São-Salvador-Dr-Floro. Onde o riso ainda faz sentido.

Ângela Calou disse...

"There are more things in heaven and earth, Horatio,
Than are dreamt of in your philosophy."

- Disse Hamlet a um certo menino crescido.