Mas o que pode, então, o Tempo?
Revirar, ao avesso, um tormento?
Ser antídoto para dor de ferroada?
Príncipe, o da maçã envenenada?
Sumo pilar do eterno movimento
sonda desertos no torso do vento
Plantando heras infelizes, aziagas
parindo feras, loucas e pressagas
Ora é aliança, ora foice espada
nele coincidem porto, mar e jangada
Volátil e indômito por temperamento
fome da fome, raiz do formigamento
Fosca claraboia jamais fechada
redemoinho, o frio golpe do nada
1 comentários:
Maravilhosamente belo, Ângelo. Vim aqui encher meus olhos e minha alma de sua poesia.
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