sábado, 31 de maio de 2014

Mas o que pode, então, o Tempo? 
Revirar, ao avesso, um tormento? 
Ser antídoto para dor de ferroada? 
Príncipe, o da maçã envenenada? 
Sumo pilar do eterno movimento 
sonda desertos no torso do vento 
Plantando heras infelizes, aziagas
parindo feras, loucas e pressagas 
Ora é aliança, ora foice espada 
nele coincidem porto, mar e jangada 
Volátil e indômito por temperamento 
fome da fome, raiz do formigamento 
Fosca claraboia jamais fechada 
redemoinho, o frio golpe do nada

1 comentários:

Hérlon Fernandes disse...

Maravilhosamente belo, Ângelo. Vim aqui encher meus olhos e minha alma de sua poesia.