a boa terra gira outra vez
enquanto um U de cabeça para baixo
é costurado à boca
(como em desenho animado japonês)
o ar resfriado e a mudez apenas
sem precedentes
falseadamente despretensão
enquanto um U de cabeça para baixo
é costurado à boca
(como em desenho animado japonês)
o ar resfriado e a mudez apenas
sem precedentes
falseadamente despretensão
permaneço
olho com mais força
cego a luz das coisas
faço-me coisa
a-significada
que por não ter significado
significa imediatamente
faço-me coisa
a-significada
que por não ter significado
significa imediatamente
o líquido espesso da lata de vida-em-conserva
salpica-me o rosto,
se consigo abri-la.
e tento abri-la com dedos limpos
e sonhos rotos
e um rosto bobo expatriado
inadmissível à fiscalização de fronteira do “reino das posses”
salpica-me o rosto,
se consigo abri-la.
e tento abri-la com dedos limpos
e sonhos rotos
e um rosto bobo expatriado
inadmissível à fiscalização de fronteira do “reino das posses”
se é difícil conseguir outro verso
deve-se atentar talvez, ao fato de que o poema acabou,
assim, sem que ao menos o tivéssemos percebido.
deve-se atentar talvez, ao fato de
assim, sem que ao menos o tivéssemos percebido.
[mais bílis negra...that's the clue!...gravura de Albrecht Dürer, Melancolia (1471-1528)]
2 comentários:
"a-significada
que por não ter significado
significa imediatamente"
belissímo,sempre.
"Como escreve aquela ângela!"
nocheinmal danke schön sr. vevas :)
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