Horizontais - por Samuel [em] Dias

sábado, 27 de fevereiro de 2010


E não vieram as ameixas! E nunca mais o doce fino do vermelho quente, atrevido, espalhado pelos lábios. A tarde, preenchida por outra cor, destaca o verde de olhos e reminiscências. O correio não chega e a lua, no fundo poço, espera o lento, sublime e estranho momento - como dissera um velho Poeta e amigo. Mas, não é dessas coisas que te falo, é de certo não, que fica na garganta cansada. Por onde você anda? Você não vê mais o sol? Sua casa já não fica arrumada? Espero que você a encontre. Espero que você saiba. Você afundou em dívidas? Você já não vê seu cachorro? O que fizeram com você? Espero que você saiba! Mas, quando a chuva vai passar? Mas, quando a chuva passar... Quando você voltará, senhor-destino? Agradeço ao velho Quin, à louca da Casa de Vinho, e a ele - sobretudo, sobre tudo.


[Visitem Para um verbo partindo: http://transitivo-circunstancial.blogspot.com/]

2 comentários:

Ângela Calou disse...

Perderam-se as ameixas. Do outro lado da cerca, nas mãos do moço de dedos finos ainda, em sua cesta da ordem de um caos espiralado e hipotético. Há de se conformar com as maçãs e os morangos, e assim reler o monossílabo na impressão da mesma cor. Mas...quem sabe tudo desbote definitivamente de importância? Quem sabe as maçãs, com vermes ou não, sejam feitas de pedaços cristalizados de delícia e os morangos sejam silvestres como os de Bergman?

Anônimo disse...

E a costura foi feita, uniu-se o separável pelo tempo-espaço. Mas num curto intervalo, separaram o unificado temporal destes dois. Entre eles um ponteiro e o girolento das horas-minutos-segundos que se passam. Entre eles centrímetros, metros, quilo-metros, e um arsenal de histórias. Gravidade boba que se centra na terra. Porque não na lua? Porque não no sol? Porque não no centro-sul? Ou donde a maritimidade se manifesta mais? Imãs desencontrados! Gravidade, abortada ou desbotada, apenas grávida, fertilizada, não sabendo bem como proceder ao fim das coisas. Há de ter luz?