Rafael, há sempre todo o tempo do mundo, mas sobre esse mundo, há nessa hora, vontade de dizê-lo por espaços apenas, intervalos, códigos secretos de silêncio e imprecisão. Seria portanto, vontade de calá-lo, sufocar o som das coisas em seu minuto de desproteção, cinema mudo, cinemeumundo - enfim, ser o meu nome mais que nome e prenome: sujeito acrescido de sua ação. É coisa dessa hora, o desapego das mãos e a urgência dos olhos - para que se me apresente do modo tal qual a desejo a minha própria caligrafia? Talvez. Ou não. Não me interessa saber ainda. Acho que ler tem bastado, o que não significa, porém, que não haverá postagem... virão. Esta aqui, para você. Conversa aberta, desfilosófica. (Achar o "des" dentro dos corpos e construções, será isto?) Em todo caso, se não vierem, você, por certo, saberá ler cada signozinho-em-falta dessa outra escrita: a de limão. Eu, por minha vez, posso saber que - O céu está caindo!, estou feliz por isso; posso brincar de ser pequena como a bailarina de Denise Escaramai, ou mesmo desnudar-me dentro da moça que a(travessa) um pouco de algum coração na Avenida Paulista. Posso tocar a leitura das formas que a Lucília faz, para quem a palavra esgotamento não será nunca efetivação.
Si-lanciato.
Dizer, mas como uma máquina de fotografar. Nessa serenidade bonita que você diz, e que eu procuro. "Sem retoques", mas prenhe de efeitos ainda assim.
Abraços aos meus amigos do cette bonne Terre.
7 comentários:
Gosto da forma como você sempre efectiva a (poe)matização do seu cinemeumundo :)... cada postagem é uma nova surpresa de palavras ou pixéis :) Esperamos por mais sempre. Abraço
Nem é o céu que cai. É você que cresce.
Ou será eu que vejo assim.
: )
Só posso responder-te com outro post... me esforçando para estar a altura de tuas palavras.
sentindo tua falta, eu me perguntava:
o que calou, Calou?
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abraços sinceros recebidos verdadeiramente;
sem retoques!
e um beijo minha menina querida!
O meu horizonte
Agora, é um poema...
E o lugar de um poema...
É o des-lugar do pensamento
...
...
O conteúdo de um poema
É puro esvaziamento
A sua verdade
É o trair-se das palavras
E o que ele comunica
É a mudez da linguagem
...
Ah Rafael, seus dois últimos versos são tudo que eu queria ter dito. Disse tanto precisando de tão pouquinho, duas linhas de claridade..: o que se comunica? que boa parcela (a maior? a menor?) será para sempre incomunicável...
Obrigadíssima pela leitura e comentários.
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