Quando, porém, pensares
a memória de nosso afeto,
lembra que deixei em tua boca
o meu segredo mais inconfesso.
Quando, porém, sonhares
as voltas de meu corpo sobre o teu,
sabe que nesse instante ainda vivo
à sombra desse sonho que se perdeu.
Quando, porém, eu já não for
sequer esta remota lembrança,
este vagar sonolento, adormecido...
Conclui: em meu corpo, arrefecido,
a imagem reiterada da paixão petrificada.
Olhos vítreos desfeitos, mefistofélicos e contrafeitos.
[Para meu querido amigo mefistofeito, um menino crescido e singular: não o conteúdo, mas o poema... o afeto, e a imensa admiração...]
8 comentários:
Ângela,
que poema lindo e surpreedente!
cheio de ternura, afeto e gratidão.
bisous cherie
o título re-solve o poema, põe, fora do poema, o poema adentro.
muito bonito.
p.
Obrigada, Denise. Sim, são essas as palavras... tudo nessa mesma medida e ordem, à luz do luto da deposição. Da des-posição do outro, dos espaços comuns, agora ex-passos comuns...tal qual deve ser.
Bisous, ma cherie
Preciso, na agudeza dos olhos que lhe é cabida...
Abraços.
Sabe deuses o que tu esconde em teus títulos...
Os deuses eu naum sei, mas que tu sabe, ah como tu sabe!!
rs
segredo nosso Natuvski! =P
Adorei isso.. vou roubar pra mim, posso?
=]
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